Sem título



Pedro, 18 anos, bonito. Ele estava estirado no sofá macio, de jeans e sem camisa, fones de ouvidos plugados no celular. Sua cabeça se movia ritmicamente com a voz de Dave Grohl resmungando em seus ouvidos. A canção terminou. Removeu os fones e jogou o celular no canto do assento. Afastou os cabelos muito negros diante dos olhos de mesmo tom e olhou pela janela para fitar um céu ainda desconhecido. Incerto. Muita coisa era incerta, se você quer saber. Os olhos de Pedro se deslocaram para o uniforme escolar sobre o outro sofá. Ele bufou. Sem escolhas, se levantou, foi até o uniforme e o vestiu. Pegou seu celular, a mochila sob a mesa e passou pela porta do... – que estranho, ele pensou – seu apartamento.

A caminho do elevador, seu celular vibrou. Nova mensagem de texto. Ele a abriu, já sabendo o que encontraria ali. Leu a primeira palavra da mensagem. Seus dentes trincaram. Rapidamente ele configurou: Opções > Apagar todas.

Ele não se sentiu melhor.


Retificando

Nos dias seguintes ao post anterior:


Saí do curso de Edificações. Decepcionei meus pais. Fui para uma festa com um amigo. Fiquei bêbado. Dancei pacas. Fiquei com uma guria sem nem saber o seu nome.


Me sinto muito bem. A vida é um lance bem relativo, sabe?

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