Elementar

O texto a seguir é o prólogo de um livro, atualmente engavetado, que certa vez comecei a escrever. Os personagens apresentados não devem ser os protagonistas, mas acabei ganhando certo gosto por eles. O texto é incompleto - nunca voltei a escrever. O final seria temporário. Apesar de tudo, é bastante extenso.

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Vilão ou mocinho?







Er.. não, não vou falar do Damon.

Sempre me considerei um mocinho.


O que eu quero dizer, é que, se minha vida fosse uma novela (às vezes parece), sempre achei que seria um cara bonzinho. Talvez não... hum... contrastante (?) o suficiente para ser o sofredor-mor que depois se dá bem — o protagonista —, mas talvez um dos amigos dele, que tal?

O que é morbidamente estranho, afinal, a vida é minha.

Enfim...

O que eu tava me perguntando mesmo é: Será que há alguém que não se vê como mocinho nessa bagaça?


“A história nos mostra inúmeros exemplos de pessoas convencidas de que estavam fazendo a coisa certa e cometeram crimes terríveis por causa disso. Tenha em mente, Eragon, que ninguém pensa em si próprio como um vilão, e poucos tomam decisões que julgam ser erradas.”
Oromis (Eldest, Chrtopher Paolini)



Tharã.

Este pra mim é um dos trechos mais memoráveis de Eldest. Que me fez ficar pensando...

Então... se um ladrão rouba o meu celular, pra mim ele é um puta vilão criminoso. Mas ele pode achar que faz isso pra, sei lá, sobreviver. Vai vender meu celular pra comprar feijão pra família. O que, como personagem, meio que poderia lhe dar um papel de protagonista numa novela qualquer por aí.

Eu seriamente tenho que parar com essa analogia com novelas...

Hum... não estou nada profundo, logo esse texto fica um tantão superficial, mas me deixa com a pergunta:

Eu sou mesmo tão bonzinho assim?

Acho que não, hein.

Cuidado comigo, rapá. Vai que eu te meto a faca acreditando que isso é uma atitude digna?

UAHSUAHSUHUAS

Ficamos assim. Beijo.

Sem título



Pedro, 18 anos, bonito. Ele estava estirado no sofá macio, de jeans e sem camisa, fones de ouvidos plugados no celular. Sua cabeça se movia ritmicamente com a voz de Dave Grohl resmungando em seus ouvidos. A canção terminou. Removeu os fones e jogou o celular no canto do assento. Afastou os cabelos muito negros diante dos olhos de mesmo tom e olhou pela janela para fitar um céu ainda desconhecido. Incerto. Muita coisa era incerta, se você quer saber. Os olhos de Pedro se deslocaram para o uniforme escolar sobre o outro sofá. Ele bufou. Sem escolhas, se levantou, foi até o uniforme e o vestiu. Pegou seu celular, a mochila sob a mesa e passou pela porta do... – que estranho, ele pensou – seu apartamento.

A caminho do elevador, seu celular vibrou. Nova mensagem de texto. Ele a abriu, já sabendo o que encontraria ali. Leu a primeira palavra da mensagem. Seus dentes trincaram. Rapidamente ele configurou: Opções > Apagar todas.

Ele não se sentiu melhor.


Retificando

Nos dias seguintes ao post anterior:


Saí do curso de Edificações. Decepcionei meus pais. Fui para uma festa com um amigo. Fiquei bêbado. Dancei pacas. Fiquei com uma guria sem nem saber o seu nome.


Me sinto muito bem. A vida é um lance bem relativo, sabe?

Sobre o tempo, a vida e os desejos. Eu acho


Os dias parecem escorrer pelos meus dedos como areia fina e solta. Quando olho para trás em busca de momentos memoráveis, não os acho. Algumas risadas entre amigos, alguns flertes à distância. Não ruins, mas não memoráveis.

Tenho 18 anos. Ual, ingressando na vida adulta! Er... não. Na verdade, ainda não vi diferença alguma, com a possível exceção da permissão para tentar tirar uma habilitação de direção. Mas, seja como for, são 18 anos. E eu não faço a mínima idéia de quem quero ser. Do que fazer.

Minha vida não devia estar, sei lá, mais agitada? Eu não devia ter um insight, definir metas e seguir um caminho?

Mas minha vida está assim, indo. Sem fortes memórias, sem decisões. Só indo.

Algumas coisas estão se tornando claras, contudo. Detesto Construção Civil. Não é algo que me agrade, não é algo com a qual eu me sentiria minimamente feliz em estar trabalhando. Provavelmente isso teria conseqüências como o telhado de uma casa cair na cabeça de uma família. Eu não estou muito a fim de levar isso na consciência. Sim, é uma área ampla e tudo o mais. O mercado está excelente e tudo, e continuará assim pelo menos até as Olimpíadas. Mas...

Darei esses últimos meses finais para que eu tome a decisão de permanecer ou não cursando Edificações. Já sei a resposta, mas é melhor dar tempo. Talvez assim possa dizer aos meus pais que, cara, realmente tentei.

Daqui a um mês, mais ou menos, começo a faculdade. Há tantas esperanças depositadas nisso... o melhor, minha esperança. Eu imploro, não sei a quem — Deus? Eu mesmo? — que goste do curso. Por favor! Que eu me identifique. Que seja certo.

Que eu mude de marcha e acelere. Que a vida se torne mais gostosa, que continue a passar pelos meus dedos como areia, mas que cada grão represente um momento marcado em brasa em minha mente.

Tenho 18 anos e minha mente continua repleta de sonhos adolescentes. Espero que pelo menos meia dúzia das centenas se concretizem. Espero que eu note as oportunidades antes que seja tarde. Não dizem que a oportunidade só aparece uma vez? Tenho medo disso. Sou tãaao distraído... e se eu não ver?? Tenso, tenso.

Quero que a balança pare de se equilibrar. Cansei de viver na neutralidade.

Que penda pro lado ruim! Contato que no final, tudo fique feliz e bonitinho. Como nos livros que tanto leio.

São as mentiras sinceras que recito a mim mesmo.

A Vida, o Universo e Tudo Mais

Não sei exatamente quanto tempo que fiquei pensando no que deveria ser um bom começo para um primeiro post regular, mas não foi pouco. “Olá galerinha" seria muito TV Globinho; "Fala ae, truta" seria definitivamente tosco e "Seja bem vindo ao meu mundo", ultrapassado e não-verdadeiro. Por fim, pensei que escrever para uma suposta "galera" era fugir bastante da realidade, até porque talvez ninguém vá ler isso, sabe? Então, para que boatos da minha insanidade mental não comecem a se espalhar, digo que escrevo isto de mim para mim mesmo — o que seria de mim se não fosse eu? — e se alguém ler, tô no lucro. E este foi um começo deveras diferente, e proporcionalmente mais sincero, de todos os que eu havia pensado anteriormente.

"42 :3". Essa foi a resposta de um amigo quando eu o enviei, pelo Formspring, uma daquelas perguntas meio enigma matemático (-q), e — embora eu não soubesse e até hoje não sei a reposta —, eu sabia que 42 não podia estar certo. Então eu fui lá, olhei fundo nos olhos dele — mentira, foi pelo MSN — e perguntei:
"Por que diabos 42?"
"Nunca leu O Guia do Mochileiro das Galáxias?", foi a resposta-pergunta dele.

Er... não?

O nome não me era de todo estranho, mas eu realmente não lembrava —e não lembro — onde o tinha visto/ouvido. Curioso, joguei o nome no google — como geralmente acontece quando quero saber sobre algo sem demonstrar minha ignorância para ninguém. Afinal, embora 50% do conteúdo da internet seja a mais pura sacanagem, há muito conhecimento a ser aprendido por ali. Do google para a wikipédia foi só um clique.

Dando uma olhada rápida no artigo, a primeira coisa que me chamou
a atenção foi a imagem que está aqui ao lado, cuja legenda era "42, a resposta para a pergunta fundamental sobre a vida, o universo e tudo mais". Eu franzi o cenho ao ler isso. E bom, estava resolvido o mistério sobre o número 42, contudo, me vi lendo o artigo com certo interesse e, como tem acontecido com certa frequencia, bateu a vontade louca de ler o livro. E lá fui eu dar uma olhadinha no PDL, que é "uma grande biblioteca virtual com livros grátis, quadrinhos, revistas, audiobooks e muita cultura" e lá encontrei o e-book.

O Guia do Mochileiro das Galáxias conta a história de Arthur Dent, um típico inglês que um dia acorda com sua casa prestes a ser demolida, descobre que um de seus melhores amigos é um extraterreste e, se não bastasse, descobre que a própria Terra está prestes a ser demolida por um povo estranho e mal-encarado chamado vogons. Bom, já deu pra ver que o cara não é lá muito sortudo. Eu ainda tô no comecinho do livro, mas já estou gostando imensamente. O livro tem um talento incrível de me fazer soltar umas cinco risadas de incredulidade por minuto. Putz, é muito, muito engraçado, e altamente doido. Os díalagos são tão... improváveis. Há trechos que, inclusive, parecem ser narrações dos sonhos mais esquisitos que eu jamais ousei ter - eu certamente nunca sonhei com centenas de macaquinhos peludos querendo falar comigo sobre uma adptação de roteiro de Hamlet. Ah! Hoje eu tava lendo o livro no meio da aula de matemática e... má idéia: tive um ataque de riso enquanto lia um certo parágrafo e me vi cercados por olhares do tipo "você é pirado?". Talvez seja. Enfim, me deu vontade de voltar a ler, então vou saindo daqui. Eu queria falar mais, mas acho que isso aqui já está suficientemente grandinho. Lembre-se: NÃO ENTRE EM PÂNICO!

Dedico este post ao Guto, esse cara dupal que me apresentou o livro. Taí um mingo que sabe onde guarda a toalha. (dupal: cara muito incrível; mingo: cara realmente muito incrível.)

Aye!


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